Poesia: Fogueira

Meus olhos são absorvidos pelo fogo,
e ele é azul, um azul que hipnotiza
como as ondas do mar,
como o azul do céu,
naquelas tardes em que o céu
é azul como o azul é amarelo
e amarelo como o amarelo é laranja
e laranja como o laranja é cinzas
da madeira que estala
e canta com as cordas quentes do violão
e da fumaça que dança com as cordas da voz
que ficam embriagadas de calor.

Também há verde,
um verde de aurora boreal
no fogo.
Mas que infelizmente não é real
é só feito.
Ora,
a minha doce ilusão era feita de bário,
que me baleou pelas costas
com um tiro cego:
"foi sem querer"
Mas já era tarde demais:
nesse ponto
eu já tinha acordado.


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